De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a prevalência mundial do transtorno de ansiedade é de 3,6%. Porém, no Brasil esta média é quase três vezes maior com o percentual de 9,3% da população, possuindo o maior número de casos de ansiedade entre todos os países do mundo.
Ao ver estes números, fico assustada em pensar quantas pessoas sofrem com este mal e logo surge a pergunta: como tratar este transtorno e amenizar o sofrimento de quase 10% da população brasileira?
A melhor forma de tratar a ansiedade é a união entre o tratamento médico e psicológico. Para isso, é importante diagnosticar de maneira correta através do relato dos sinais e sintomas físicos e psicológicos pelo paciente ou por alguém responsável por ele. Os transtornos de ansiedade se diferem entre si a partir do objeto ou situação a quem temem, bem como ao conteúdo dos pensamentos e crenças que o paciente apresenta. Além disso, os transtornos são comórbidos entre si, ou seja, dois ou mais podem coexistir simultaneamente (p. ex, Depressão). Para isso, é necessário o diagnóstico de um profissional da saúde mental, psicólogo ou psiquiatra.
A intervenção medicamentosa é importante para que os sinais e sintomas sejam amenizados e o paciente consiga se reequilibrar física e psicologicamente para então repensar a sua vida, seus comportamentos e situações que possam gerar a ansiedade. Neste ponto, a terapia psicológica é fundamental para favorecer que o paciente se repense e ressignifique tudo que sente a ponto de tomar novas estratégias não mais de maneira ansiosa. Além disso, ele pode perceber e trabalhar quais os gatilhos que lhe fazem agir e reagir de maneira ansiosa. Portanto, os dois são complementares.
É claro que nem sempre a administração de medicamentos é necessária, mas isso é o profissional da saúde mental quem vai esclarecer e não o próprio paciente, pois este não tem conhecimento para se “autodiagnosticar”. Sempre é relatado o medo de ficar dependente dos ansiolíticos. Eu pontuo para todos que acompanho que, se não for algo crônico, ou seja, algo para a vida inteira (hipotireoidismo, hipertensão e diabetes são doenças crônicas, por exemplo), o medicamento será pontual e o tratamento terá começo, meio e fim. Assim como a psicoterapia.
Outras formas que podem ser consideradas como terapêuticas no combate à ansiedade são: exercícios de respiração, atividade física constante, meditação, yoga, alimentação saudável e sono regular.
REFERÊNCIAS:
AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION. Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais: DSM-5. 5.ed. Porto Alegre: Artmed, 2014
Dalgalarrondo, P Psicopatologia e semiologia dos transtornos mentais. Porto Alegre, 2000. Editora Artes Médicas do Sul
Organização Mundial da Saúde. CID-10 Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde. 10a rev. São Paulo: Universidade de São Paulo; 1997.
Resumo: Quase 10% da população brasileira sobre de algum Transtorno de Ansiedade. No texto, dou algumas orientações sobre como tratar deste mal.
Comentários