A ansiedade é um sentimento inerente ao ser humano como alegria, medo, raiva, confiança. Quem não sentiria ansiedade antes de algum evento aguardado ou de uma viagem há muito esperada? É uma demonstração de que aquela situação é muito importante para mim.
Outra situação que ela aparece como algo normal é a descarga de adrenalina que o meu cérebro gera no meu corpo de modo que me prepare para alguma circunstância adversa ou que eu percebo como algo potencialmente prejudicial para mim, seja direta ou indiretamente.
No entanto, ela, na grande maioria das vezes, está associada a medo, apreensão, preocupação, tensão, desconforto, perigo iminente de algo desconhecido ou estranho e futuro. Ela se torna patológica quando interfere no meu dia a dia e me causa incomodo seja de ordem física ou psicológica. A reação ansiosa é intensa, exagerada ou desproporcional ao objeto ou estímulo que desencadeia.
Os que sofrem de transtornos ansiosos superestimam o medo nas situações que temem ou evitam. Há estudos que apontam para uma herança neurobiológica, ou seja, você pode ter herdado dos seus pais.
Os pacientes relatam vários sinais e sintomas de que a ansiedade está acima do esperado: taquicardia (“coração acelerado” “batedeira”), falta de ar ou respiração ofegante, boca seca, náusea, tremores (“tremedeira”), suor excessivo, insônia, falta ou excesso de apetite entre outros. Já na questão psicológica, falam de angústia, “aperto no peito”, estômago “embrulhado”, medo, inquietação, mente acelerada, sensação de fraqueza ou cansaço entre outros.
Logo, para saber se a ansiedade sentida e/ou percebida é normal ou patológica sugiro uma autoavaliação inicial sobre estes sinais e sintomas acima mencionados bem como se o estímulo é coerente com a reação. Outra sugestão é observar se a ansiedade é decorrente de outros quadros ou condições médicas como Depressão, por exemplo. A partir disso e dependendo do que se encontrou, procurar um profissional da Saúde Mental, psicólogo e/ou psiquiatra, para realizar o diagnóstico correto a partir das suas observações e dar início ao tratamento adequado.
REFERÊNCIAS:
AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION. Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais: DSM-5. 5.ed. Porto Alegre: Artmed, 2014
Dalgalarrondo, P Psicopatologia e semiologia dos transtornos mentais. Porto Alegre, 2000. Editora Artes Médicas do Sul
Organização Mundial da Saúde. CID-10 Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde. 10a rev. São Paulo: Universidade de São Paulo; 1997.
Resumo: A ansiedade é inerente ao ser humano, ou seja, é comum sentirmos. Mas como saber se o que eu sinto precisa de um tratamento? Ou se pode me prejudicar em algum momento da minha vida? No texto, tiro estas dúvidas.
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